quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Púcaras



Púcaras é o nome que se dá, na minha zona do Alentejo, a uns cogumelos selvagens que por lá se apanham por altura das primeiras chuvas (ou depois delas). Quando era pequena ia com o meu pai apanhar púcaras e era uma alegria. Claro que eu não apanhava. Até porque, sendo eu uma criança, podia apanhar alguma espécie venenosa, por não conhecer o que se procurava. Mas ia com ele, e ficava sentadinha numa pedra, num local onde ele pudesse ver-me, e ficava a vê-lo apanhar as púcaras para fazer, mais tarde um petisco. Petisco esse que eu não comia, por não gostar. Só mais tarde percebi que era praticamente impossível não gostar deste pitéu!
Não sei que nome têm esses cogumelos em outros sítios. Já falei de púcaras a pessoas de vários pontos do país e, até agora, ninguém me disse que sabia o que eram.
No entanto, mesmo sem saber explicar bem o que são, deixo a receita. Quem souber o que são púcaras, poderá guiar-se por ela. Quem não souber, experimente com outros cogumelos frescos, de preferência uma espécie mais carnuda, que também há-de correr muito bem! Estes, da fotografia, são Pleurotus. E ficaram muito, muito bem, com umas fatias finíssimas de pão alentejano torradas.


Ingredientes:
Púcaras
Massa de pimentão
Louro
Vinho Branco
Alho
Cebola

Sal q.b.


Modo de Preparação:
Lavam-se e cortam-se as púcaras grosseiramente. Temperam-se com sal, massa de pimentão, louro e vinho branco.

Num tacho deita-se azeite, junta-se alho muito picadinho e cebola às rodelas e, depois de refogar, juntam-se as púcaras com o tempero. Vão a cozinhar em lume brando até estarem prontas. Aumenta-se o lume, se necessário, até apurar o molho.

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